sábado, 15 de novembro de 2008

A HISTÓRIA DE UMA EQUIPE DE ATLETISMO.


A HISTÓRIA DE UMA EQUIPE DE ATLETISMO.

ATLETISMO
CORBAFLU

RIO - BRASIL

A Primeira Equipe a Gente Nunca Esquece!

Ou Quase Nunca?!!

Rio, 16 de julho de 1989

Primeira Edição
APRESENTAÇÃO

Foi motivado pela passagem de aniversário da Equipe, comemoração com uma Corrida Rústica e total falta de interesse dos seus componentes em conhecerem a sua história, que resolvi escrever este pequeno livro, contando a história de sua formação e evolução, relatando tanto quanto possível com a maior riqueza de detalhes, fatos, datas, locais e nomes que mais marcaram a sua época.

O Redator.

HISTÓRIA DE UMA EQUIPE DE ATLETISMO.

Participava eu, Solival A. S., aos 30 de abril de 1989, de uma Corrida Rústica próxima a Praça Brasil, em Mesquita, organizada pelo CUBF, quando foi anunciada a premiação para equipes.
Havia três prêmios e apenas uma equipe formada, sobrando, portanto, dois prêmios.
Indignado com este resultado, Jurandir de Souza reuniu imediatamente um grupo de cinco pessoas, a saber: Sinoval A.S., Necsimar B.C., Antônio C.A., Solival A.S. e Joésse R., e combinaram formar uma equipe.
Foram logo definidas as primeiras regras: Os prêmios ganhos pela equipe seriam sorteados entre os participantes desta, em sistema de rodízio.
Para estarem habilitados aos sorteios, deveriam participar de três corridas. Foi até sugerido pelo mesmo idealizador, um nome para equipe: UNIÃO, devido a ele estar vestindo uma camiseta da Maratona, com o nome deste patrocinador.
Foi pedido por mim, calma ao Jurandir, pois não iríamos fazer propaganda de uma empresa, sem sermos autorizados por ela, e sem termos o devido retorno.
Ficamos de estudar um nome para a equipe, e propô-lo no próximo encontro para análise e aprovação pelo pessoal, anotando os nomes e endereços de todos os componentes do novo grupo.
Estava assim, em primeira instância, idealizada, porém, ainda não criada, uma equipe de atletismo, ainda sem nome.
Dispersado o grupo, tomando cada qual o seu rumo, tudo voltava à calma.
Neste meio tempo, entre este encontro e o próximo, comecei a rabiscar papéis, em busca de uma solução.
Extraía as primeiras e/ou segundas letras dos nomes de cada um dos componentes do grupo, e associava-os, porém os nomes montados, eram os mais estranhos possíveis, e além do mais, se alguém deixasse a equipe, o seu nome perderia a razão de ser.
Estava difícil. Desisti.
Na segunda tentativa, tomei como base os bairros ou cidades onde residiam os integrantes: Neste caso, Sinoval, Siloval e Jurandir, na Cidade do Rio de Janeiro; Necsimar, Antônio e Joésse, em Nova Iguaçu.
Criava-se então, um outro problema: se a equipe crescesse e outros associados não morassem em uma destas cidades, o nome perderia toda a sua originalidade. E esta previsão foi acertada.
Foi pensado então em termos regionais: o que antes era Nova Iguaçu, foi substituído por Baixada Fluminense, para englobar toda a região próxima ao Rio de Janeiro.
Associando várias palavras, cheguei rápida a primeira composição: EQUIPE DE COMPETIDORES.
Porque Competidores, e não Corredores como é tão largamente usado pela maioria das atuais equipes? Simples de explicar: Porque eu sempre gostei de fazer as coisas um pouco diferente do comum e corredores já existia por aí de montão. Além do mais, Competidores seria um termo bem mais elegante.
Porém, o nome ainda não estava completo, faltava alguma coisa a mais.
Comecei então, a associar os locais de origem dos componentes e cheguei a: RIO E BAIXADO FLUMINENSE nome que gostei e achei bem original.
Estava assim, vencida a primeira etapa de estudos para sugestões, com a criação de um nome: EQUIPE DE COMPETIDORES DO RIO E BAIXADA FLUMINENSE.

No entanto, ficava mais um desafio a ser cumprido: era tão inviável escrever-se um nome com este numa camiseta, quanto lê-lo quando preciso fosse.
Então, precisava eu, adequar este longo nome a uma sigla. Fui extraindo e associando uma, duas ou três letras de cada uma das palavras, e cheguei a várias sugestões, dentre as quais, mereceram destaque: CORBA, CORBAF E CORBAFLU.
Saía o nome de Equipe e entra: CO de Competidores, R de Rio, BA de Baixada e FLU de Fluminense.
Trocando idéias com Sinoval, o nome de CORBA foi logo descartado por haver em Salvador-Bahia, um homônimo.
Restavam então, os outros dois, sendo escolhido o último como a melhor opção, também, porque, Sinoval queria o sufixo FLU, para coincidir com o time de futebol pelo qual ele era torcedor: o Fluminense F.C.
Alguns dias após, o grupo encontravam-se novamente.
Perguntando-se pelas sugestões, eu era o único que tinha uma proposta concreta, sendo aceita imediatamente.
Estava assim, fundada mais uma das tantas equipes de atletismo no Rio de Janeiro: CORBAFLU.
Comecei então a trabalhar na formação do desenho da sigla.
Agora tudo parecia bem mais fácil. Rapidamente consegui um tipo de letra, com pelo menos quatro variações diferentes. Foi escolhido um tipo, invertido para negativo e mandado fazer a tela de silk screen.
Desestruturada, sem uniforme e toda enxertada, conseguíamos fazer a nossa tão esperada estréia, aos dezesseis de julho de 1989, domingo na Corrida Comunitária do 13º BPM, Pça. Tiradentes.
Terminada a prova, ouvíamos o organizador anunciar o nome das três equipes vencedoras e o nosso nome não aparecia.
Foi feita a contagem de pontos pelo Sinoval e comparando com as concorrentes, foi logo feito o protesto junto aos organizadores.
Estes suspenderam a entrega da premiação e foram fazer a recontagem dos pontos. Poucos minutos depois, saía um novo resultado e para nossa total alegria, havíamos conquistado a terceira colocação, resultado considerado por todos, ótimo, para uma equipe modesta e estreante.
Era o princípio para uma longa trajetória de muitas glórias.
No domingo seguinte, em Itaboraí, teríamos a nossa grande decepção. Das poucas inscrições, apenas três atletas compareceram, não se conseguindo nem formar uma equipe para participar da competição.
Mesmo assim com muita criatividade e poucos recursos, fomos levando a equipe ás competições, quando nós vimos a ter que selecionar pessoas que quisessem realmente participar de uma equipe, para termos um contingente fixo.
Quase dois meses foram-se passados e não tínhamos sequer uniforme que provasse que a nossa equipe existia e não era formado ás pressas, no instante da corrida.
Reuniu-se o pessoal e perguntou-se a todos se tinham camisetas disponíveis e qual a cor, para uma possível padronização. As respostas foram tão variadas que não chegamos á conclusão alguma. Apenas duas pessoas possuíam cores iguais, a vermelha: eu e meu irmão.

Pedimos então que cada um apresentasse a sua cor e apenas nós dois, Necsimar e Jurandir o fizemos, sendo que este último optou pelo verde e amarelo e aquele pelo azul marinho, ficando, portanto, dois de camisetas vermelhas, um de azul, um outro de verde amarelo e os demais como
podia e/ou queriam. A essa altura dos acontecimentos, a bagunça era total, um verdadeiro arco-íris.
Aos dezessete de setembro, exatamente dois meses após nossa estréia, encontrava-se em Nova Iguaçu, por ocasião da Corrida da Academia Parente, com um colega de corridas, o Sebastião de Jesus. Conversando com ele sobre a equipe, entusiasmou-se e aceitou juntar-se ao grupo, apresentando imediatamente, uma camiseta azul, porém claro.
Sentindo eu, uma tendência forte pela cor azul, imprimi uma camiseta para mim, pois também, possuía uma de cor clara.
Após sete e outubro, ganhávamos nosso segundo prêmio, na Corrida da Igreja de São Francisco de Assis em Comendador Soares, com Jesus estreando e puxando a equipe para um honroso segundo lugar.
Foram-se três meses de total jejum, sem saber sequer o que era uma premiação.
Tão logo estreou Jesus, participando de três corridas em dias seguidos, mais rápido largava o grupo para não mais aparecer em competições.
Coincidentemente, sempre que havia um problema, Sinoval era procurado para resolve-lo.
Quando havia uma sugestão a dar quase sempre partia dele.
Surgia assim, a primeira liderança na equipe.
Preocupado com a falta de padronização do uniforme, comecei a percorrer as lojas especializadas á procura de camisetas, encontrando numa delas, um pequeno estoque na cor azul marinho, a preços bem acessíveis.
Adquiri uns seis, pintei uma para mim e levei-a para apreciação e aprovação pelo grupo, que aprovou a compra no ato. Imprimi-as e repassei-as rapidamente, recebendo logo novas encomendas. Voltei á loja e adquiri todo o seu final de estoque, que era muito pequeno, não passando de uns oitos.
E assim foi padronizando o uniforme, cuja cor não foi uma imposição, mas sim, uma tendência de mercado puxada pelo Necsimar.
Agora Uniformizada, a equipe começava a ficar conhecida e saía do anonimato, entretanto para a história do atletismo carioca.
Nesta época, aos onze de novembro, por ocasião da Corrida de Quintino, um ex-integrante do grupo, propôs a formação de um ranking. Alguns dias após, Sinoval, entrava com proposta concreta de formação de um Ranking, com início marcado para janeiro de 1990, com pontuação já definida, proposta que foi muito bem aceita pelo grupo.
A nítida intenção deste, era motivar o pessoal a um maior participação nas competições. E, diga-se de passagem, que consegui-se o intento.
Logo ás primeiras corridas, Sinoval começava a contabilizar a pontuação á mão.
Observação que era penosa esta tarefa, visto que teriam que serem somados os pontos, postos em ordem decrescente, com seus respectivos nomes, tomei para mim este encargo, pois na época, eu já possuía um microcomputador, o que poderia tornar o trabalho bem menos cansativo.
E assim, que eu já emitia listagens, mensagens, informações, tabelas e pareceres, passava a emitir, também, resultados e tudo o que tinha direito, usando e abusando do computador e impressora.
Passado um mês da criação do ranking e tendo esse contato maior com o grupo, eu já começava, também, a ser procurado pelo pessoal, para resolver os pequenos problemas que apareciam.
Despontava aí, uma nova liderança dividida na equipe, que pouco mais tarde se firmaria.
Notava eu, que havia alguma divergência no tocante á escolha da competição e pontuação para o Ranking. Uns queriam ir para determinada corrida, outros para outras e no final ficava difícil forma-se uma equipe com pelo menos sete participantes.
Não se sabia o que valia ou não para a pontuação do Ranking, com poucos tirando proveito da situação em detrimento dos demais.
Via-me então, obrigado a propor algumas regrinhas básicas a fim de pôr ordem na casa e unir mais o pessoal em torno da equipe.
Assim pensei, assim fiz e dei-lhe o nome de Estatutos. Dividi-os em cinco itens de vários parágrafos.
E foi aos dezoito de fevereiro, na quadra do Quiriá F.C. em Bangu, que com um bom contingente, consegui submeter e aprovar os estatutos, criando inclusive, uma equipe infantil e uma feminina, ficando em abertas, por falta de atletas.
Muitos itens foram aprovados na íntegra, outros suprimidos, alguns modificados e acrescidos.
Passado mais cinco meses, completaria um ano de competição e a data só não passaria em branco, porque o Jurandir colocaria em destaque, uma pequena nota sobre o assunto do 13º BPM, por ocasião de sua Corrida, aos quinze dias do mês de julho.
Mesmo assim, chegávamos ao término do primeiro ano com um saldo positivo de 20 prêmios ganhos.
A este tempo, a equipe já estava bem estruturada e chegávamos a ter cerca de 25 componentes, todos masculinos.
E finalmente aos dois de setembro, por ocasião da Mini maratona de Friburgo, éramos agraciados com o ingresso na equipe, dos dois primeiros elementos femininos, as duas Marias: Maria José e Maria Paula, das quais mais tarde, uma se firmaria definitivamente, enquanto que a outra desaparecia perdendo contato com o grupo.
Deixava a nossa equipe de ser o Clube do Bolinha, onde mulher não entra.
Aos vinte de outubro, acontece o episódio mais lamentável de toda a nossa história. Por um motivo qualquer ainda não bem entendido, Martins desentende-se com Sinoval, abandonando a equipe, porém não perdendo o contato com o grupo. A equipe perde muito de seu conteúdo.
A este tempo, já era acirrada a disputa pelas primeiras colocações no Ranking, tanto que prevendo um grande final, programamos para comemora-lo, uma corrida, para o primeiro domingo de janeiro do próximo ano. Esta se chamaria: I Corrida Rústica de Confraternização. Devido a primeiro de janeiro ser o dia da Confraternização Universal.
Aos dez de dezembro, numa tentativa de ainda formar a equipe feminina, ingressa no grupo o terceiro elemento, a Célia que para a minha decepção, tão logo estreara, mais rapidamente desaparecera, fazendo o seu retorno na nossa Corrida de Confraternização e se fixando até a presente data.
Duas pessoas haviam-se dito que, quando corriam ao sol, a camiseta azul marinho esquentava muito no corpo, visto que cores escuras absorvem os raios solares. Observava, também, que alguns usavam camiseta de meia manga por baixo do uniforme. Ligando estes dois fatos, naquele mesmo dia reuni o pessoal e propus uma segunda opção de uniformes, a camiseta de cor clara. Como a nossa era azul com letras brancas, invertendo-se as cores, ou seja, se usássemos camisetas brancas com letras azuis, resolveríamos o primeiro problema. Quanto ao segundo, poderíamos usar camisetas brancas ou azuis, sem, com ou meia manga, com a sigla padrão, de modo que se usasse apenas uma eliminando-se o excesso de roupa, o que poderia ser prejudicial á saúde. Sugestão aprovada por unanimidade.

Pouco antes de terminar aquele ano, deparávamo-nos com a pergunta que era feita por pessoas externas ao nosso grupo: o que era Corbaflu, o que significava e o que fazia?
Foi então que Jurandir sugeriu que fosse colocado na camiseta algo que se parecesse com atletismo. Aí Sinoval, idealizou a sigla ATLETISMO/RIO-BRASIL. E assim mudávamos nossa razão social para CORBAFLU ATLETISMO.
Terminado o ano, acontece a nossa Primeira Corrida de Confraternização, aos seis dias do mês de janeiro de 1991.
Concluída esta e a infantil, o pessoal foi surpreendido com a distribuição de plaquetas personalizadas comemorativas ao evento, até então mantidas em segredo, aos mais participativos do ano anterior, de modo que, todos levaram a sua pequena lembrança da corrida.
E ao final do encontro, para a alegria geral, fomos surpreendidos com a proposta da volta do Martins á equipe.
Uma semana após se dava o próximo encontro. Indagado o pessoal sobre o nível da brincadeira, notamos que a satisfação foi geral. Então combinamos que esta corrida fosse incluída em nosso calendário e que promovêssemos uma outra comemorativa ao aniversário da equipe.
E hoje, aos dezesseis dias do mês de julho de 1991, passados exatamente dois anos de formação e competição, estamos com quase trinta associados, 52 prêmios ganhos, o que eu particularmente considero uma ótima performance para uma equipe modesta e sem grandes estrelismos.
Tentamos ainda a formação da equipe feminina, entra para o grupo a Glória, que já era uma colaboradora da equipe, aos 21 de julho.
Mesmo assim, o feminino, embora estivesse com cinco atletas, não se completaria, devido á falta da segunda e inconstância da quarta componente.
Aos quatro de agosto, fazíamos a nossa Primeira Corrida de Aniversário, que ficaria aquém da expectativa, a meu ver, pelo pouco tempo de divulgação, mesmo assim, não seria das piores.

O Redator.

Só as Boas Coisas Perduram, Vencendo as Barreiras Tempo !!!


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